Dia de Obbá - Akiarô Obá Ylê

Obbá




     Orixá do rio Níger. Orixá, embora feminina, temida, forte, energética, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos, vencendo na luta, Oxalá, Xangô e Orumilá.
     Obá é irmã de Iansã, foi esposa de Ogum e, posteriormente, terceira e mais velha mulher de Xangô. Bastante conhecida pelo fato de ter seguido um conselho de Oxum e decepado a própria orelha para preparar um ensopado para o marido na esperança de que isto iria fazê-lo mais apaixonado por ela. Quando manifestada, esconde o defeito com a mão.
     Seus símbolos são uma espada e um escudo.
     Tudo relacionado a Obá é envolto em um clima de mistérios, e poucos são os que entendem seus atos aqui no Brasil. Certas pessoas a cultuam como se fosse um Xangô fêmea.
     Obá e Ewá são semelhantes, são primas. Obá usa a festa da fogueira de Xangô para poder levar suas brasas para seu reino, desta forma é considerada uma das esposas de Xangô mais fieis a ele.
     Obá é Orixá ligado a água, guerreira e pouco feminina. Suas roupas são vermelhas e brancas, leva um escudo, uma espada, uma coroa de cobre. Usa um pano na cabeça para esconder a orelha cortada.
 Conta e lenda que Obá, repudiada por Xangô, vivia sempre rondando o palácio para voltar.



CARACTERÍSTICAS.

Cor:
Vermelha (marrom rajado) e Rosa.

Fio de Contas:
Marrom Rajada ou Rosa.-

Ervas:
Candeia, negamina, folha de amendoeira, ipoméia, mangueira, manjericão, rosa
branca.

Símbolo:
ofangi (espada) e um escudo de cobre.

Pontos da Natureza:
Rios de águas revoltas, (as pororocas).

Flores:
Rosa Vermelha ou Cor de Rosa.-

Essências:
Perfume de rosas.-

Pedras:
Marfim, coral, esmeralda, olho de leopardo.

Metal:
cobre.

Saúde:
audição, orelha, garganta.

Dia da Semana:
Quarta-feira.

Elemento:
Fogo.
-
Saudação:
Obá xirê.

Bebida:
Champanhe.

Número:
7 e seus múltiplos.

Animais:
Galinha d'angola.

Comidas:
Abará - massa de feijão fradinho enrolado em folhas de bananeira; acarajé e quiabo picado


Oferenda:
Canjica e feijão miúdo refogados com tempero verde e Abacaxi.

Data Comemorativa:
30 de maio.

Sincretismo:
Santa Joana d'Arc.

Incompatibilidades:
Sopa, peixe de água doce.


ATRIBUIÇÕES:

     Defende a justiça, procura refazer o equilíbrio.


LENDAS DE OBÁ:

OBÁ - Orixá Guerreira e Das Águas Revoltas !!!
     Obá vivia em companhia de Oxum e Iansã, no reino de Oyó, como uma das esposas de Xangô, dividindo a preferência do reverenciado Rei entre as duas Iabás (Orixás femininos).

     Obá percebia o grande apreço que Xangô tinha por Oxum, que mimosa e dengosa, atendia sempre a todas as preferencias do Rei, sempre servindo e agradando aos seus pedidos. Obá resolveu então,   perguntar para Oxum qual era o grande segredo que ela tinha, para que levasse a preferência do amor de Xangô, vez que Iansã, andava sempre com o Rei em batalhas e conquistas de reinados e terras, pelo seu gênio guerreiro e corajoso e Obá era sempre desprezada e deixada por último na lista das esposas de Xangô. Oxum então, matreira e esperta, falou que seu segredo era em como preparar o amalá de Xangô principal comida do Rei, que lhe servia sempre que deseja-se bons momentos ao lado do patrono da justiça.
     Obá, como uma menina ingênua, escutou e registrou todos os ingredientes que Oxum falava,  sendo que por fim Oxum, falou que além de tudo isso, tinha cortado e colocado uma de suas orelhas na mistura do amalá para enfeitiçar Xangô. Obá agradeceu a sinceridade de Oxum e saiu para fazer um amalá em louvor ao Rei, enquanto Oxum, ria da ingenuidade de Obá que, sempre atenta a tudo, não percebeu que Oxum mentira, pois ela encontrava-se com suas duas orelhas, e falará isso somente para debocha de Obá. Obá em grande sinal de amor pelo seu Rei, preparou um grande amalá, e por fim cortou uma de suas orelhas colocando na mistura e oferecendo à Xangô como gesto de seu sublime amor. Xangô ao receber a comida, percebeu a orelha de Obá na mistura, e esbravejou e gritou. Oxum e Obá, apavoradas, fugiram e se transformaram nos rios que levam os seus nomes. No local de confluência dos dois cursos de água, as ondas tornam-se muito agitadas em conseqüência da disputa entre as duas divindades. E, até hoje quando manifestadas em seus iaôs elas dançam simbolizando uma luta.

Outra lenda de Obá:

A Luta de Obá e Ogum.

     Obá certa vez desafiou Ogum para um combate. O guerreiro, porém antes da luta foi consultar um Babalaô, que o ensinou a fazer uma pasta de milho e quiabo pilados.
     Ogum esfregou esta pasta no local destinado ao combate. Obá perdeu o equilíbrio, escorregou e caiu no chão. Ogum aproveitou-se disso e ganhou a luta.

Entendendo mais sobre a Orixá Obá.

Essa Divindade é um orixá ligado ao Trono Feminino do Conhecimento,
através da absorção do conhecimento em desequilíbrio para a sua
posterior recondução ao equilíbrio do ser. Assim, acaba por punir quem
faz mau uso dos conhecimentos, dado que são qualidades divinas. Obá
ajuda na superação da dispersão ou confusão mental. Possui como elemento
a terra úmida e fértil que sustenta os vegetais, daí sua ligação com
Oxóssi , orixá com o qual chega a formar um par terra-vegetal.


Características dos filhos de Obá:

    As pessoas pertencentes a este Orixá são lutadoras, bravas, um tanto
agressivas, o que as levam a serem pouco incompreendidas. Freqüentemente
tendem a terem experiências infelizes e amargas. São ciumentas, pois são
muito zelosas com tudo que lhe pertencem. Porém, pessoas de grande valor
e dedicação. Tendem a alcançar seus ideais. Dedicadas e muitas vezes
ingênuas, principalmente em relação ao amor e as amizades. São
extremamente honestas, tolerantes e crédulas.
    Sua principal característica é ser guerreira(o). Não cultiva amigos por
achar que são interesseiros. Não gostam de sexo.
   Geralmente tem nariz largo, sobrancelhas grossas, rosto redondo, lábios
acentuados, pessoa de estrutura forte.


    Obá não é muito cultuada na Umbanda, tem como seus maiores adeptos
os frequentadores do Candomblé, porém toda a Umbanda a respeita como
Orixá guerreira que é.

    Saravá a Guerreira Obá. Obá Xirê.



Carlos de Ogum.






Oração a Obá.

Salve nossa amada e querida mãe Obá , Senhora Mãe da terra! Diante de
vossa bondade e de vossa luz, nós vos reverenciamos, querida mãe.

    Pedimos senhora mãe que nos acumule de conhecimentos e nos torne
irradiante, diante da vossa presença, do vosso amor e da vossa
misericórdia.

Vós que sois mãe telúrica por natureza, ampare-nos, sustente-nos,
guie-nos, conduza-nos e envolva-nos em todos os sentidos, carnais e
espirituais.

 Traga-nos, ó mãe, luz irradiante onde houver a escuridão pela falta de
fé. Traga-nos, querida mãe a capacidade mental de entendimento das
coisas visíveis, proteja-nos com vossa ajuda justa e verdadeira.

Paralise ó mãe divina o que estiver desvirtuado em nosso caminho,
transformando-o em conhecimento puro. Faça de nós ó mãe vossos eternos
filhos encantados, do plano de Deus, purificando os possíveis desvios de
nossa personalidade.

Querida mãe Obá , que vossa natureza vegetal, vossas flores , frutos e
todo o vosso nécta e mel sejam um remédio para as nossas vidas,
absolvendo as energias negativas e transformando-as em positivas. Libere
vossas essências e radiações energizadoras, querida mãe, para a cura,
cicatrização, higienização, purificação e potencialização de nossa
mente, de nossos familiares, de nossas  casas e ambientes de trabalho,
mantendo as vibrações virtuosas e elevadas.

Estimule-nos ó divina mãe, na busca do conhecimento interior da verdade
e da fé. Afaste de nós toda a ironia, vícios e conceitos desvirtuados.
Livre-nos de falsas verdades religiosas e de darmos mau uso ao
raciocínio e ao conhecimento. Ative, ó mãe, com  seu gesto seguro, nossa
religiosidade. Paralise e perdoe os excessos por nós cometidos,
aquiete-nos mãe querida sustente-nos conduza-nos, leve-nos  em vossos
braços firmes e seguros, para que nunca sejamos induzidos a seguir uma
direção contrária à lei maior.

Ó mãe, vós que sois a seiva viva aonde as sementes germinam, abençoe o
nosso pão de cada dia, fruto da vossa terra generoso, e faça com que ele
nunca nos falte em nossas mesas. Abençoe os quatro cantos da terra, com
vosso santo e Divino amor e faça de nós eternos aprendizes e sementes
vivas da vossa verdade e do vosso infinito conhecimento.

Salve, salve, querida mãe Obá !

Akirô Obá Yê.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Artigo - O dia de Èrê - Manoel Messias Pereira

Beleza negra, beleza Cívica

História - A história de Madá - Manoel Messias Pereira