Crônica - A cultura Afro religiosa - Manoel Messias Pereira
A cultura religiosa aparece no mundo de princípio, porque o ser humano ao temer o que desconhece, recorre a uma figura como a de um criador. E neste quesito os negros também tem a sua cultura, suas crenças, suas filosofias de pensamentos, seus medos e aquilos que para eles são sagrados
Pensar Deus, é sempre algo bem confuso, principalmente quando passamos a buscar entender os mais variados rituais e formas de pensar religioso. Creio até que deve haver um princípio que serve de base as todas as diferentes formas de encontrar o Criador. Mas sabemos que todos os seres humanos nasce com um fundo de experiência e admitem que todas as associações são resultados destas experiencias. E todo um futuro infinito está diante de nós até porque os nossos conhecimentos são finitos e a informação que o amor mais intenso e o ódio mais diabólico vieram das religiões.
Nos estudos antropológicos ninguém desejas estabelecer verdades algumas. O que permitimos é consistir por meio do objeto de estudos generalizar, explicar os fatos bem poder desde o princípio fomentar a pura ilusão sem que por isso deixar a religião ser um fato. E como dizia Kant é cego o conhecimento que carece de explicação e frágil a explicação sem o conhecimento.
Como chegou a afirmar Haberlandt "nenhum povo carece de religião do mesmo modo que nenhum povo existe sem linguagem e sem arte. O encantamento procede num primitivo instrumento de defesa. No Brasil apesar de termos todos os encontros possíveis de conceitos, religiões, rituais ainda somos portadores da intolerância, uma doença social que permitem-nos depararmos com inúmeros criminosos, agressivos contumazes.
Para a filosofia a impossibilidade diante do pensar é condição essencial ter o filósofo sem estar preso a uma cadeia quaisquer, sejas sociais, científicas, artísticas, estéticas ou místicas, porém creio que isto é quase uma utopia filosófica não creio que esse ser exista. Porém necessitamos sim é entender a lógica existencial e não partir de um processo do pensar puramente idealizados, fugindo do mundo real. Porém é difícil, pois Deus é um ser espiritual e isto é a abstração concreta.
No Candomblés, nome dado a religião, formatada num conjuntos de cerimônias, rituais, tradições dos antepassados dos africanos que trouxeram suas raízes, e formas de pensar, de tratar o elemento sagrado encontrado em toda a natureza, e tudo isto não foi criado por esse ou aquele autor, mas o que se percebe-se é que faz parte de uma lenta acumulação das cerimônias ritualísticas, das observações dos fenômenos terrestres e porque não celestes. E portanto de acesso difícil a todos. Porém há exposições de dentro para fora e de fora pra dentro dos cultos. E há uma explicação de que todos os seres humanos vive sempre aprendendo, e aprende a aprende e até na hora da morte aprendemos. E é quase impossível para um sacerdote de cultos afros ser portador de todas as informações, de todos os segredos de todas as mironga ou de todos os pontos cantados e riscados, ou firmados. Pois ele é um ser finito e sabe sim na sua finitude.
A lenda dos Orixás ou dos Òrisá, fala que Olorum, que nasce um palavra formada por Olu que significa muito longe, com a palavra Orun que significa o o Sol. Em outras palavras o sol que está muito longe o Deus poderoso, criou os Orixás, e todos os cultos dos terreiros são em honra deste Deus, assim como todas as obrigações a Orixás, Bacuro, ou Voduns. Pensa-se em Deus. E na lenda yorubá, Obatalá e sua mulher Ye Mouô constitui o par criador. Entre os Yorubás este criador é Olorum ou Olodumaré, porém entre os Gêges e os Fons é Maoô ou Segbo Lissa. Olorum é o deus suprema e unico todo poderoso mas distante.
No Estado de São Paulo o Dia de Xangô ou Sángó, passa a ser o Dia das tradições das Raízes de Matrizes Nacional da Umbanda e do Candomblés, conforme Lei 16124 de 18 de janeiro de 2016, sendo que a origem foi o PL 1532/2015 de Clélia Gomes, conforme a publicação no Diario Oficial do Estado de São Paulo de 19 de janeiro de 2016
A ideia do dia de Xangô, talvez seja esse o Òrisá dos raios dos trovões , que representa o meteorito e o dioritopolido machado de pedra mais conhecido como pedra de raio, e inclusive em São José do Rio preto temos o Maracatu Pedra de Raio. E essa crença é a mesma dos antigos gregos e romanos que acreditavam que esse meteorito fossem formados nas nuvens, durante as tempestades crenças que ainda permeiam os camponeses europeus. E com base nos estudos de um minerologista chamado Mercatti do século XVI, que somente em 1716 teve seus manuscritos publicados a esse estabelecimento entre o machado e o meteoritos. Mas o ídolo de Xangô é representado pelo machado e também por uma simples pedra que rola de cor escura, das quais são tão ricos os leitos de nossos rios. Embora a cor do Orixá ou Òrisá é Xangô ou Sàngó como desejam é cor vermelha, branca, marrom. Sabemos que o sacerdócio é transmitido cargos por hereditariedade, de cabeça e não de sangue e assim como o pai tem sua pedra todo o herdeiro também possui a pedra simbolo da divindade da qual está consagrada geralmente de um mineral nativo não sendo um meteorito.
E assim concluímos que não sabemos tudo, o que sabemos é o que em vida aprendemos e até quando morremos continuamos a aprender. Ah, a uma informação no livro "Os Orixás e o Candomblé " de Byron Torres de Freitas e Vladimir Cardoso de Freitas da editora Eco, lançamento de 1967, que Xangô abandona o seu filho de cabeça dois meses antes de sua morte. E que o seu domínio é o raio e o fogo da Justiça e Nife ki Dlorun fé. E assim continuo a entender que o universo é infinito e somos todos estamos na finitude e que o Sol está muito longe.
Porém quando afirmamos que a ideia de Deus é sempre muito confusa, observamos que na Índia o ser humano as vezes cerra os olhos como se estivesse olhando para o seu interior nas suas preces, aqui percebo que as pessoas olham para o céu, com quem busca deus fora da natureza. Porém o ser humano criatura ordinário a natureza externa deve sim internamente voltar pra sim, como em Vedanta "Eu estou aqui e, se fecho os olhos e me esforço em conceber minha existência". E assim como afirmava Kant cego é o conhecimento que carece de explicação e frágil a explicação sem o conhecimento. Na vida continuo aprendendo a ponto de aprender com a aprendizagem e quando morrer também estarei aprendendo.
Manoel Messias Pereira
professor, poeta e cronista
Membro da academia de Letras do Brasil - ALB
Membro da Associação Rio-pretense de Escritores - ARPE
São José do Rio Preto -SP. Brasil
professor, poeta e cronista
Membro da academia de Letras do Brasil - ALB
Membro da Associação Rio-pretense de Escritores - ARPE
São José do Rio Preto -SP. Brasil
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