Poesia - Crianças Curiosas - Manoel Messias Pereira
Crianças curiosas
em que todos nos passageiros
somos sim crianças curiosas
que estabelecemos em nossos olhos
as belezas das estradas
nas leituras das paisagens
temos um inverno de carinhos
acolhemo-nos nos abraços coletivos
Assim como temos a ternuras
de crianças curiosas
das primaveras, na alegria das borboletas
nas feituras dos favos das abelhas
como crianças curiosas
temos o calor do verão
da praia, do sol, o amor a paixão
como crianças curiosas
e quando chega o outono
as chuvas, o pau a pedra
a canção na voz de Elis
As regras universais
e os bloqueios fundamentais
e todas as produções teatrais
traçados nos parlamentos
e nos podres tribunais
que deixam as pessoas
assalariadas e trabalhadoras
morrerem abandonadas
pelas desgraças
pelas misérias
no fim da história
e assim é a viagem
em que somos passageiros
sem vertigens,
e adormecemos de forma eterna
como crianças curiosas,
que também morrem.
Manoel Messias Pereira
poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
Membro da Associação Rio-pretense de Escritores - ARPE
São José do Rio Preto -SP. Brasil
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