Crônica - A demanda para o Movimento Negro - Manoel Messias Pereira
A Demanda para o Movimento Negro
É sempre importante observar que os seres afros brasileiros tem ao longo de sua vida uma história marcada, por estágios de dureza na vida, como discriminações, preconceitos e o próprio racismo.
Quando falamos isto com pessoas que não estão preparadas para o entendimento, devido ao despreparo intelectual ou a própria história do Brasil, elas dizem que é muito fácil entender, que o ser humano negro, não vence porque não luta ou coisa assim. E para esse tipo de pessoa o negro tem de ocupar as posições melhores, graças ao estudos e assim a discussão da diferença de tratamento vai caindo. E que essa sociedade com as políticas públicas oferece uma oportunidade e tanto. Assim como na universidade, no mercado de trabalho ou coisa assim.
Essa não é uma discussão boa do ponto de vista de quem quer uma mudança substancial na vida social e política do país em relação aos assuntos que traz aflição ao povo afrodescendente, não está em assuntos pontuais, mas sim como diria Florestan Fernandes ao escrever o seu livro o "negro no mundo dos brancos", e isto significa que há uma necessidade de ter pertencimento cultural dos negros neste Brasil de diversidade, não apenas de assimilação de fragmentos culturais e de costumes por outros grupos étnicos no contexto de uma cultura totalmente europeia.
Mas não é só isto, é preciso entender que nos marcos do status quos da realidade do sistema político social e econômico que vivemos, somente existe a esmola, que são essas tais políticas públicas. Mas como dizia Samora Machel, enquanto todos esperam que a luta contra o apartheid natural, poder negro contra poder branco, não é,e não deve ser luta de negro contra branco, ou poder branco contra o poder negro. E não adianta manter como diria Florestan Fernandes esse mundo de branco e querer introduzir o negro nele. Mas é preciso estabelecer os dois mundo juntos no compartilhamento de esperança e é esse o caminho, essa é a lógica.
E há também uma necessidade, partir de um conceito como o materialista histórico dialético, temos que entender que a luta é de explorados e exploradores. E que o preconceito a discriminação só existe assim como o fortalecimento do racismo graças, porque há quem deseja manter as estruturas ou melhor superestruturas ideológicas neo-liberais, capitalistas. e nisto está a prática da exploração da mão de obra barata geralmente para o controle da burguesia sobre a massa de trabalhadores. Embora neste contexto há alguns que tens salários que foge ao padrão da desgraça geral. E esses são com certeza, aqueles que são usados como propaganda de um sistema que apresenta-se o mercado e tens que vender felicidade. Embora seja o sistema da competição, da plena desigualdade, onde no capitalismo prega-se a individualidade e enquanto sito isto observo na rua que há quem passa com veiculo de ultimo tipo, há quem fica perdido jogado numa calçada qualquer, como um jornal velho abandonado tocado pelo vento.
Precisamos ter a ideia de ter um Estado, posto nas mãos do povo, mas um povo que tenha uma ideia revolucionária, que possa assumir o papel de protagonista, de assumir de fato todas as superestruturas ideológica, social, econômica, política, e traçar uma linha popular para a felicidade coletiva.
Enquanto isto o povo negro e o povo branco pobre mesmo vivendo um apartheid social, racial, e todo o processo preconceituoso naturalmente estabelecido numa sociedade individualista, própria do sistema capitalista, lógico a temos sim o contexto da exploração, dos exploradores contra o explorados e vice e versa. E assim podemos de fato discutir sobre essa década de afrodescendente.
Manoel Messias Pereira
cronista, poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil
São José do Rio Preto-SP
Comentários
Postar um comentário