Crônica - Igual por princípio e desigual na natureza - Manoel Messias Pereira
Igual por princípio e desigual na natureza
Somos seres humanos portadores de direitos e também deveres, não
podemos fazer ou deixar de fazer nada ou tudo a não ser no cumprimento
estrito da lei. Esse é o princípio básico que cada ser humano
movimenta-se na sua vida, e lida cotidiana.
A princípios no
Brasil somos regido por uma Constituição, chamada de cidadã, essa é uma
lei que acreditamos na ideia da Lei Normativa, cujo o Título I dos
princípios fundamentais, no seu artigo 1 consta que a Republica
Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados e
Municípios e do distrito federal, constitui o Estado democrático de
direito e tem como fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da
pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o
pluralismo político, cujo o artigo há um parágrafo único em que consta
que Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos, ou diretamente, nos termos da constituição.
Mas é no
Capítulo II dos direitos e Garantias Fundamentais é que vemos os
direitos e deveres fundamentais. Em que ha ideia de que todos são iguais
perante a Lei, sem a distinção de qualquer natureza, garantindo aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e ao propriedade. E
a questão da propriedade é que muda tudo. Pois todos são iguais, mas há
os que mantem a propriedades com direitos sobre ela e sobre as pessoas
que nelas estão. E há pessoas que a propriedade delas são apenas a roupa
do corpo e talvez o chão que elas eventualmente dormem. Os direitos
podem ser iguais mais tem pesos diferentes, numa sociedade burguesa em
que se valoriza o que tens e não o que és.
Na história quando
dialogamos com autores do chamado absolutismo, víamos que eles estavam
na defesa de uma certa ordem burguesa, pois num período europeu em que o
sistema feudal foi por si só entrando em extinção devido ao aumento da
produção e a explosão demográfica, fruto do antropocentrismo em que a
igreja católica deixou a rigidez de sues pensares, como o pensar da
terra quadrada, a ideia dos monstros medievais abaixo da linha do
Equador, a falência do Tribunal da Santa Inquisições e suas fogueiras,
essas coisas estupidas para os dias de hoje, mas que fez parte da sua
história e permitiu o desenvolver das ciências, inclusive nas
universidades que a própria Igreja criou e tornou possível esses
desenvolvimento, juntos ao pensar científico o desenvolvimento
artístico, assim como os literatos, que possibilitaram-nos as novas
línguas que nasceram do latim até de forma espontâneas, como a língua
italiana com Dante Alighiéri, a língua espanhola com Miguel Cervantes, a
língua francesa de François Rabeláis, e a nossa última flor do Lácio
inculta e bela como a língua portuguesa de Luis Vaz de Camões. Embora
não podemos esquecer da língua inglesa que é anglo-saxônica e que nasce
de uma obra numa verdadeira história de amor com William Shakespeare. O
que vale refletir é que os absolutistas passaram a pensar num contrato
social entre o Rei e seus súditos, sendo que o rei possuía um poder
absoluto graças ao poder ou inspiração divina, o chamado "Poder divino",
contestar é o mesmo que contestar a Deus. O onipotente e todo poderoso.
E o Contrato Social atribuído a esse rei, era que ele em todas as suas
ações estava preocupados com os seus súditos. Enquanto isto crescia a
classe burguesa que viviam de lucros e juros e isto incomodava a Santa
Igreja Católicas. Que condenava a riqueza e falava da santa humildade
dos cristãos e lia com frequência e trabalhava o texto do evangelho
Matheus em que consta, "É mais fácil passar um camelo no buraco de uma
agulha do que um rico entrar no reino do céu".
A burguesia
enriquecia financiavam artistas e cientistas, e passaram a ter a
propriedade, enquanto isto há uma classe classificada por muitos autores
como pertencente a burguesia ou agregados mas que na verdades são
pobres trabalhadores, o que Karl Marx vai chamar de proletários. E na
visão de marxistas esses trabalhadores pertencem a uma classe que não é a
burguesa mas a classe trabalhadora e assim podemos ter iniciado uma
nova etapa neste raciocínio.
Porém a ideia de um Contrato Social
que contraponha os poderes absolutos dos reis. E isto na visão de Jean
Jacques Rousseau, o iluminista chamado pai da democracia, e que traz a
ideia de que o governante só deve fazer aquilo que determinar a maioria,
e aí tem a ideia da assembléia. E no Contrato Social de Rosseau,
passamos a ter a ideia exata do que está na nossa constituição em
relação a cidadania . ele explica que o verdadeiro sentido desta palavra
quase que perdeu tal significação entre os modernos. a maior parte
confunde a cidade com a povoação e habitante com cidadão, ignorando que
as casas formam a povoação e que os cidadãos formam a cidade. Os cidadão
portante são aqueles que participam da autoridade soberana e súditos
são aqueles que estão submetidos às leis do Estado. E assim ele explica
que Estado quando passivo, soberano quando ativo, poder comparando com
seus semelhantes.
E quanto a instituição de um governo como
afirmavam os absolutistas não é um contrato, uma vez que segundo as
ideias de Montesquieu no seu espirito das leis, uma vez bem estabelecido
o poder legislativo, trata-se de estabelecer ao mesmo tempo o poder
executivo, porque este, que age só por atos particulares, não sendo
essência do outro, está naturalmente afastado dele. No caso da liberdade
ela se mantem talvez em apoio da servidão.Ou seja não é bem assim.
Todos esses fatos colabora com a lógica do pensar liberal e iluminista.
Os iluministas pensava sim em primeiro plano ter o poder real nas mãos,
para isto precisava ter funcionando o parlamento, para tanto
necessitava de ter uma constituição Normativa, que orientasse de fato as
leis ordinárias, que pudesse afastar o estado da economia, passa para a
iniciativa privada a economia, que pudesse ir contra os altares e que
estabelecesse que Deus é dinheiro, na questão das igualdades, pois na
verdade há uma sociedade desigual, mas que todos dizem iguais, e o
próprio Voltaire vai dizer se Deus não existisse teríamos que inventar.
Mas é ele mesmo que diz "vamos mentir sempre não temporariamente mas
sempre. e o que percebo é que os mentirosos hoje estão no poder político
no Brasil, e como sempre. E o pensar iluminista permitiu ter uma
burguesia revolucionária.
Quando as pessoas deixaram o campo para
aventurar nos centros urbanos e serem exploradas como mão de obras nas
industrias elas tinham tantas vontades e desejos de transformações que
foram precisos que os governantes procurassem ajudas de cientistas
sociais para controlar os ímpetos e assim os primeiros cientistas
sociais tinham a tarefa de controlar tudo, e passaram a fazer isto na
organização de um modelo de família, de igreja que cuidasse também do
aspecto moral, da formação de um conjunto de etiquetas em que reclamar,
reivindicar, não era algo bem visto, e mais tarde passam a formular
conceitos dos seres sociais.
Mas durante o período em que cresce
a revolução Industrial graças ao desenvolvimento científico que vem pra
atender as necessidades desta industria que precisa apenas produzir
mais e gastando menos e usando mão de obra na exploração total de suas
forças, temos o enriquecimento de uma camada da sociedade burguesa e
novamente a precarização da classe trabalhadora que parte pra ações de
princípios violentas como os luditas, e mais tarde organizativas como as
associações de classe e sindicatos. e mais uma vez observamos que há
tratamentos desiguais entre aquele que possuem bens e aqueles
despossuídos de bens materiais, ou que tens apenas a venda de seu
suores, a sua força de trabalho.
Os detentores das leis, dos
tribunais, das casas legislativas, dos poderes executivos, são exercidos
exatamente pela elite que detém os meios de produção. todas as leis
tendem as terem vícios ideológicos burgueses, e diante disto a classe
trabalhadora, precisa sim organizar-se usando doutrinas que permita ser
um guia ou seja ideias revolucionárias, capaz de dinamizar um processo
revolucionário. Essa teoria fundamentas em ações e fatos novos
cotidianamente pois o pensar não pode e não deve ser dogmático mas sim
consciente e e vivo, usando uma expressão de Goethe "Toda a teoria, é
cinza e verde é a árvore frondosa da vida", pensamos a vida, se quiser
pensar num processo de respeito entre os seres humanos, independente da
verdade ou da mentiram que sustentam.
Manoel Messias Pereira
cronista, poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
Membro da associação Rio-pretense de Escritores - ARPE
São José do Rio Preto-SP. Brasil
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