Crônica - O manifesto do pobre brasileiro - Manoel Messias Pereira
O Manifesto do pobre brasileiro
Nós seres humanos, pobres, por não possuir bens materiais, e submetidos
a um sistema político e econômico que privilegia o capital, temos
dificuldades de operacionalizar as nossas ações civis e políticas
conforme a nossa visão político e econômica de mundo.
Exatamente
por não ser capitalista somos afrontados a viver miseravelmente com um
salário baixíssimo, que não permitem a nossa ascensão social do mundo
capitalista e diante deste quadro somos legalmente torturados por
propagandas de produtos advindo do Brasil e do exterior.
E a
primeira expressão que temos é a ideia de que é impossível viver por
aqui, devido a imensa pobreza em que estamos submetidos, mas num rápido
olhar pelas muitas publicações que temos no país, encontramos num livro
de direito, escrita por João Baptista Herkenhoff, pela editora
Santuário, ele que é um livre docente da Universidade Federal do
Espirito Santo, Mestre em direito pela Pontifício da Universidade
Católica do Rio de Janeiro, com pós doutorado na Universidade de
Wisconsin-EUA, no Centro de direitos Humanos de Rouen na França,
portanto alguém que possibilita-nos a ter um conhecimento bem
estruturado, e no seu livro "Direitos Humanos uma ideia e muitas vozes",
na página 294 consta "O Brasil é um país rico que muito produz e muito
exporta. Entretanto, como acontecia com os antigos lavradores das
fazendas brasileira(quando não havia legislação trabalhista), estamos
sempre devendo. Nossa dívida é eterna."
Num outro parágrafo do
mesmo livro consta que num pronunciamento feito em 1985, na suíça, o
Cardeal Paulo Evaristo Arns declarava que, nos dois anos portanto de
1983 a 1985 a balança comercial apresentara um superávit de um bilhão de
dólares por mês. Mas esse dinheiro observava o cardeal, servira
unicamente para pagar os juros da dívida. E acrescentava que não
podíamos continuar assim.
Essas informações contidas na obra
literária do direito de Dr. Herkenhoff, mostra que o capitalismo não foi
suficiente para atender as necessidades básicas da população do Brasil,
e que nós pobres e miseráveis recebemos um tratamento do governo
brasileiro, muito aquém do que poderia esse mesmo governo proporcionar
ao povo brasileiro. Portanto a atitude consciente para com a vida exige
que cada um de nós possa ter a mais evidente compreensão da trajetória
histórica do processo de exclusão social que cada um de nós estamos
submetidos.
Se o século XX, foi marcado por inúmeras
transformações sociais e políticas que favoreceram a classe burguesa,
devido a sua evolução científica e ideológica que permitiu o acumulo de
bens e conhecimento assim como o domínio das estruturas políticas em
cada nação, e a interferência e a influência político-partidária na vida
de todo o mundo, o grande parte disto tudo fundamentado na exploração
dos empregados, no aviltamento dos salários achatados.
E neste
século XXI, temos que abrir caminhos para a verdadeira transformação
social em que possamos ter uma humanidade entendendo que é preciso por
fim a todas as formas de opressões de classe e de opressões nacionais,
que todos possam reorganizar as ações contra os processos
preconceituosos e portanto temos que abater definitivamente a ignorância
aplicando-se nos estudos, utilizando a educação e os valores culturais
libertários e consolidando na terra generosos ideais de paz e
socialismo.
Construir esses passos que eu acredito é por a
sandália de um caminheiro que deseja promover a abundância de uma
indústria, uma agricultura, uma pecuária necessária a vida, na
construção de muitos sonhos perpetuadas nas cabeças de nós que somos
nobremente pobres, e precisamos de casas confortáveis, hospitais e
espaço público para esporte e lazer, além de estádios e casas de
culturas, as escolas que permitam a todos a convivência muito mais
felizes do que a realidade apresenta-nos, nos dias de hoje. É preciso
assegurar a todos vidas longas, perfeita saúde, jardins e espaços que
possa embelezar toda a nossa existência.
É preciso que nós pobre
mortais, possamos entender, que o nosso trabalho possa edificar , como
obra de toda uma coletividade e dai a necessidade de apontarmos para a
organização das massas populares. Há necessidade de especialistas
qualificados em todos os níveis mas também necessitamos de pessoas que
tenham os corações ardentes entusiastas que saibam perfeitamente a
necessidade que todos os pobres deste país assim como de outras
localidades do planeta. Necessitamos de um mundo poético, de valorização
da arte, da dança, da literatura, da música, do refletir uma nova
realidade.
E a questão que mais nos afligem é entender que não
estamos num pais riquíssimo, temos petróleo, temos carvão, temos
minérios, sol o ano todo, não estamos sujeitos a abalos sísmicos, temos
uma terra em que plantamos esperanças e colhemos luzes. Local em que há
uma exploração vergonhosa das camadas sociais da elite e aristocráticas e
burguesas, sobre o povo trabalhador e que precisa ser livre destas
opressões que aventura-se parecer naturais. Mas sabemos que há uma
imposição da classe dominante, que domina o dinheiro, que domina as leis
o Congresso Nacional, a Presidências, os governos dos Estados, das
cidades das Assembleias Legislativas as câmaras de vereadores e assim
todo o arsenal ideológico proposto como verdade. E que vai do Estado
Mínimo, a Abertura do mercado interno, a Privatizações em toda a
economia, os fins das áreas estratégicas, a Integração ao Mercado
Internacional, O Implemento do voto distrital, da Abertura dos Portos
nacionais para o capital externo, e o Abandono das Áreas Sociais. E é
isto o que aprofunda-se neste atual governo e que nos entristece. E
permitem assim pensarmos.
Precisamos por isto mesmo refletir
sobre o papel de cada um de nós pobres do Brasil. Precisamos ter pontos
de vistas sobre todos os rumos que em linhas gerais regem a sociedade
brasileira, temos sim que dominar as discussões e edificar os nossos
pontos de vistas, que sejam eles discutidos teoricamente e unificar
sempre a nossa linha de atuação. Independente do processo eleitoral, e
de quem pretende ganhar ou perder, sabemos que é um processo que demanda
dinheiro, tempo de televisão, documentos nos tribunais burgueses, em
que há muita gente ganhando e gastando enquanto o que precisamos é
unidade dos pobre em torno da instauração da Paz, de uma política para
uma futura sociedade de participação coletiva, em que a vida seja a
principal tarefa entre os pares em discussões, num sentido e importância
de cada um neste mundo, em que todas as forças produtivas possam de
fato e de direito estar a serviço da vida e assim como uma a bandeira
universal de internacionalismo, fraternidade, liberdade e igualdade
entre os homens do Brasil e do planeta terra. E é essa a nossa
consciência coletiva.
cronista, poeta
Membro da Academia de letras do Brasil - ALB
Membro da associação Riopretense de Escritores - ARPE
São José do Rio Preto -SP. Brasil
Comentários
Postar um comentário