Crônica - Olga Benário - Manoel Messias Pereira
Olga Benário
A primeira vez que ouvi falar de Olga Benario, foi da boca de Fernando de Morais, em 1987 no curso de introdução ao jornalismo feito pela Câmara Municipal, num projeto do vereador Eduardo Nicolau. E o autor do Livro Olga estava simplesmente enamorado da personagem histórica.
Olga nasceu em Munique em 12 de fevereiro de 1908, judia de classe média, seu pai era um advogado sua mãe uma socialite, passou a ser membro do Partido Comunista alemão desde 1926. E em 1929, acabou sendo presa acusada de subversão. E depois de ser liberada foi para a União Soviética onde passou a militar na Internacional Comunista e vei a conhecer Luis Carlos Prestes. Olga veio juntamente com Prestes, pois havia uma idéia de que o Brasil estava pronto pra uma revolução em que se poderia instalar um governo revolucionário.
Olga e Prestes chegam ao Brasil em 1935 e viveram meses na clandestinidade. Os passaportes de ambos foram feitos como se fosse um casal em lua de mel. Foi nesta viagem que Luis Carlos Prestes perde a sua virgindade sexual, e acaba encantando-se com a sua primeria companheira.
Olga Benario, era uma mulher doce, que escrevia poesias, que cozinha muito bem, que sabia bordar, uma pessoa inteligentíssima, preparada para as grandes missões ao mesmo tempo domestica, sabia atirar muito bem com revólveres, metralhadora, saltava de avião, lutava judô, karatê, e era a guarda costa de seu esposo.
Em novembro houve um levante armado na cidade de Natal-RN e Prestes ordenou que a insurreição fosse estendida ao resto do País, mas apenas Recife e Rio de Janeiro se levantaram contra Getúlio Vargas. O que demonstra que os relatórios enviados a Internacional Comunista, sobre a situação histórica revolucionária no Brasil, tinha sido uma mentira. Com isto Getúlio Vargas agiu rapidamente controulou a situação, reprimiu e prendeu os opositores.
Na foto acimaOlga Benario ao ser presa. Durante alguns meses o casal se manteve na clandestinidade porém foram capturados e ela mesmo grávida foi entregue a Gestapo (polícia política de Hitrler) De lá foi para um capo de concentração e em que nasceu Anita Leocardia Prestes, atualmente doutora em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Anita foi entregue a avó paterna e Olga foi executada em Bemburg no dia 06 de fevereior de 1942. Porém na internet no Wilkimedia existe uma data de 23 de abril de 1942.
Este é um selo feito em 1959, na RDA na extinta República Democratica Alemã, em homenagem a essa heroina.
Temos ai a capa do livro de Fernando de Morais, que confessou, que entre ser deputado e ser escritor, sem dúvida sempre foi melhor como escritor, mas como deputado teve acesso as informações que permitiram fazer essa obra de arte que mais tarde virou um filme. E no início de sua obra sobre Olga só se conhecia uma menção a ela de um trabalho literário de Jorge Amado, porem era apenas uma lauda, na qual Jorge descrevia como uma deusa, poeticamente e não como uma figura humana. Obviamente que todo o trabalho literário tem seu valor.
Acima temosa capa do filme com essa atriz, que foi divina, que encarnou a personagem, e sem sombra de dúvida interpretou a ponto de todos os brasileiros te-la hoje como atriz de primeira grandeza uma das mais talentosas estrelas das telas de cinema.
Quando passamos a lembrar de pessoas como Olga que sempre desejou a felicidade do próximo, lutar contra a injustiça social, querer o fim da desigualdade dos homens, num estágio socialista, de respeito mútuo. Entendemos que este mundo tem solução. Pois temos sempre que manter sempre, na busca da solidariedade entre todos, do respeito coletivo, do olhar fraterno e de um mundo comunista sem abutres da exploração.
Manoel Messias Pereira
professor, poeta e cronista
São Jose do Rio Preto-SP.
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