Crônica - A república Brasileira - Manoel Messias Pereira
A República Brasileira
A proclamação da república aconteceu no Brasil dia 15 de novembro de 1889. Uma república que não trouxe mudanças substanciais. O povo continuou as margens da sociedade e a elite, com base nas oligarquias brasileiras puderam tomar conta do poder, politico, social, econômico. Sendo assim o dia 15 de novembro é um feriado nacional, conforme a Lei 662/49. Uma proclamação da república brasileira que nasce de um levante político militar, ocorrido em 15 de novembro de 1889, devido ao não atendimento aos anseios da classe militar que desejava o aumento salarial e o Imperador negava-os.
Pra entender a república no Brasil, é preciso entender a divisão deste período em sub-períodos como a República Velha que é subdividida em período de Deodoro da Fonseca de 1889 a 1891, assim como o período de Floriano Peixoto de 1891 a 1894. E depois disto de 1894 a 1930 temos um divisão chamada República Café com Leite, na qual todos os presidentes são fazendeiros, e há uma divisão do poder entre paulistas plantadores de café e criadores de gado, de Minas Gerais. E ainda quem diga que de 1922 a 1930 tivemos o que entende-se a crise do sistema.
Em 1930 temos a chegada de Getúlio Vargas por meio de um golpe. chamado o Golpe Liberal. Assim temos a presença de Getúlio Vargas permanecendo de 1930 até 1945, esse período é a chamada Era Vargas. e nestes quinze anos Getúlio governou como chefe do Governo Provisório 1930/34, Presidente constitucional de 1934/37, e ditador de 1937 a 1945 com o Estado Novo.
De 1945 até 1950 tivemos o governo de General Dutra e a volta de Getúlio em 1950 e acaba falecendo em 1954. E hoje chamam o período republicano de 1945 até 1964 de período do Populismo. No período de 1964 tivemos o processo de Ditadura civil e Militar com a presença de presidentes que cumpriram os anseios americanos e o milagre brasileiros, com operações Bandeirantes, Broter Sam e Condor. Em que houve a eliminação de muitos adversários políticos e implantou -se o processo civil de plena corrupção, com os candidatos formatados pelo regime militar. essa até agora foi a tarefa do sistema capitalista, bem engendrado, da qual houve sempre uma política voltada para o bem estar de uma elite do sistema. e um prejuízo cada vez mais contundente a classe trabalhadora.
O que é importante analisar é a característica do desenvolvimento econômico que se processou no Brasil a partir de 1945, articulando o tal desenvolvimento com as circunstâncias específicas do capitalismo internacional. Hoje o Brasil vive um mundo globalizado e as ações deste país, estão num contexto maior de desenvolvimento social. e para isto assistimos medidas repressivas e das dificuldades estabelecidas para que não houvesse oposição, mas diante disto vimos um sentimento contrario ao processo ditatorial que se instalou, fomos cúmplices de militares que ficou no poder até 1985, conseguimos assistir o Programa de ação Econômica do governo que comprimiram os salários, cortaram os gastos públicos e revogaram a remessa de lucros para o exterior regulamentada por João Goulart que embora reduzi a inflação permaneceram em setores específicos como eletricidade, combustíveis e no trigo.Vimos a sucessão de castelo Branco ser decidida pelo alto comando, ele que morreu num acidente que acredito mais que foi um assassinato do que outra coisa pois até o momento ninguém elabora nenhum estudo sobre isto e não há nenhuma evidencia de que foi diferente. Tivemos períodos de chumbo, de obscuridades em que pouco podemos comentar. Na republica vimos invasões de restaurantes universitários, vimos a morte de Edson Luis, e vimos a ação militar cercando Igrejas numa demonstração de estupidez imensa como se as rezas fossem tão poderosa a ponto de calar tiros de baionetas, vimos a faculdade de medicina de Belo Horizonte ser ocupadas por forças militares, E lembramos a passeata dos cem mil com intelectuais, estudantes, artistas e parlamentares. Fomos alvos de outras fases desta república que teve mais dores e gritos de horror por parte da população do que momentos felizes.
Vimos e ouvimos canções de protestos como roda viva de Chico Buarque, pra não dizer que não falei das flores de Geraldo Vandré, ou a viola enluarada de Marcos Vale. vi valer o Ato Institucional n.5 que fechava o congresso e com isto a instituição da ditadura e o estado de segurança Nacional, vimos listas de intelectuais suspeitos, por determinar arte em livros, discos, revistas, que possibilitaram seres humanos conscientizar do seu papel de humanidade.
Vi muitos mortos, a vida foi de navalha na carne como a peça Plínio Marcos. Surgiu um tal milagre brasilerio, que atendeu os anseios da classe burguesa e aumentou mais e mais a exclusão social. Vi a teologia da Libertação pensar num partido e lançaram o Partido dos Trabalhadores o PT, vi pensando numa central de trabalhadores e lançaram a Central Unica Trabalhadores _CUT e o Movimento Sem terra - MST, o que a santa Igreja católica disse ser nossos filhos enquanto o lado da direita da Igreja aposta, na TFP- que mudou a cara mais não dispersou. E assim é a briga politica enquanto todos rezam, e os lideres religiosos católicos pensam a vida, da direita a esquerda. e que facilmente alia-se a FIESP, ao pato amarelo, e coisas desta natureza, de uma direita podre.
Hoje vivemos o mundo em que a globalização tens o Brasil no Brics e uma população totalmente despolitizadas e por outro lado uma esquerda que tenta organizar-se, e refletir num mundo democrático, mas diante de tantas bandeiras, a direita surge com um fascismo imenso, pois quando mais aguça a crise social, vem a ideia de ter um Estado forte interventor e isto esta acirrando e muito as nossas vidas no Brasil. Mas essa é a a republica brasileira, que oferece perigos a todos os instantes. Mas é preciso continuar resistindo aos ataques da direita corrupta, salafrária e que vem pintada de nacionalista. Mas o que necessitamos é de um categoria de seres humanos que possa ser consciente do papel da classe trabalhadora, na sua transformação social necessária e precisa. E pra isto precisa juntar-se por um poder popular.
Manoel Messias Pereira
cronista, poeta
Membro da academia de Letras do Brasil -ALB
Membro da Associação Rio-pretense de Escritores -ARPE
São José do Rio Preto-SP. Brasil
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