Fatos Históricos do dia 18 de novembro - O Teor da existência

Fatos Históricos importantes do dia 18 de novembro

Molière
ou Jean Baptiste Poquelin


Em 18 de novembro de 1659 - Estreia de Molière no teatro Petit - Boubon com a peça Les Précieuses ridicules (As preciosas Ridículas).
Obra de Alejadinho
Obra de Alejadinho
Alejadinho
ou
Antonio Francisco Lisboa


Em 18 de novembro de 1814 - Faleceu o escultor Antonio Francisco Lisboa - o Alejadinho
obra de Ibere - A morte
obra as Ciclistas
Iberê de Camargo
Em 18 de novembro de 1914 - Nasceu o pintor brasileiro Iberê de Camargo
Professor Adjunto do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense.
A Revolução Social em marcha contra os
                          seus inimigos. A
                          VIDAO COSMOPOLITAA PlebeOperários cruzam os braços para
                          reivindicar melhores condições de trabalho.
                          São Paulo, greve de 1917. Repressão policial. Greve 1917. Greve de 1o. de maio de 1917, em São
                          Paulo. José OiticicaOiticica na prisão

            Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1918. No centro da cidade, cuja paisagem fora profundamente transformada na década anterior pela Reforma Pereira Passos, a população carioca improvisa uma festa na moderna e imponente Avenida Rio Branco. Ela comemora o armistício assinado na véspera em Rothonde, na França, dando fim à Primeira Guerra Mundial, que desde 1914 vitimara milhões de pessoas, inclusive brasileiros. Um outro forte motivo, mais próximo do cotidiano da população do Rio de Janeiro, também contribui para a formação desse clima festivo, ou, ao menos, um clima de alívio e esperança por dias melhores: o constante declínio das  ocorrências da gripe espanhola, terrível epidemia que nos últimos meses, especialmente em outubro, ceifara milhares de vidas no Brasil e em especial em sua capital federal. Fim da guerra, fim da peste... Novos tempos pareciam se anunciar.
            No plano internacional, há cerca de um ano grandes novidades vinham chegando do leste: em outubro de 1917, Lênin e os bolcheviques haviam tomado o Palácio de Inverno, e agora estavam envolvidos na hercúlea tarefa de construir na terra o paraíso socialista. Como superar o reino da necessidade e substituí-lo pelo reino não só da liberdade, mas também da igualdade? Em meio a inúmeras dificuldades, às voltas com a guerra civil e a intervenção estrangeira, tentavam consolidar a ditadura do proletariado, considerada por Marx e pelos marxistas como a primeira etapa necessária nesse processo de construção do socialismo. Aos poucos, na verdade, iria se consolidando a ditadura do partido comunista em nome do proletariado russo. Entretanto, a Revolução Russa ainda era vista, não só pelos comunistas, mas também por socialistas de diversos matizes, dentre eles os anarquistas (socialistas libertários), como o primeiro passo na derrubada mundial do capitalismo, na necessária internacionalização da revolução socialista. Acreditavam que o capitalismo estaria agonizante. De qualquer forma, nesse primeiro momento – fim dos anos dez, início dos anos vinte – a Revolução Russa, no campo socialista, agradava a “gregos e troianos” e contava com seu apoio entusiasmado.
            Os anarquistas, nesse primeiro momento, defendem com veemência a Revolução Russa. Consideram mesmo que ela seria a tão desejada Revolução Libertária, pela qual lutavam há meio século. Seria a Revolução Social, que, depois do sonho destruído da Comuna de Paris, iria finalmente continuar e aprofundar a Revolução Política (“liberdade, igualdade, fraternidade”) vitoriosa na França em fins do século XVIII. Com efeito, os fins últimos de anarquistas e comunistas, e mesmo do anarquismo e do comunismo como sistemas político-filosóficos, são idênticos: construir sociedades sem classes, sem Estado, sem propriedade privada dos meios de produção, sem exploração, sem dominação. Em suma, construir um mundo onde todas as pessoas tivessem acesso (nas palavras de um anarquista) a “terras, alimentos, máquinas, bibliotecas” e, a partir dessa base comum, “desenvolvessem suas energias a partir de suas capacidades individuais”. Contudo, se os fins são os mesmos, os meios para alcançá-los, as estratégias de transformação social são radicalmente diferentes.  Entretanto, 1918 não é ainda o tempo da divergência entre anarquistas e comunistas. Ela se explicitaria, se aprofundaria e agravaria a partir dos anos vinte e ao longo das décadas seguintes.
            As notícias russas e as esperanças socialistas correm o mundo, na rapidez possível dos meios de comunicação e transporte da época. Não existem TV nem internet, os sistemas de radiodifusão e aviação ainda são incipientes e precários, mas telégrafos, navios e trens já bastante eficientes transmitem as novidades, que são reproduzidas por jornais de uma imprensa já bastante vigorosa e diversificada. As notícias circulam o planeta, atravessando mares e continentes.  E as esperanças crescem. Vai se criando um clima de euforia revolucionária. O capitalismo estaria com os dias contados, a humanidade caminhava rumo ao socialismo, o mundo seria livre e justo, as riquezas abundantes, as pessoas felizes e plenas. Pelos quatro cantos da Terra, em comícios, manifestações públicas, ‘meetings’, ouve-se: viva a Rússia! viva o comunismo! viva a liberdade! viva o anarquismo! morra o capitalismo!  No universo dos militantes e pensadores socialistas, acreditava-se que a humanidade estaria, por fim, em breve aportando na ilha da Utopia... 
            Do fim dos anos dez ao início dos anos vinte, a chama da revolução se acende na Alemanha, na Itália, na Hungria... Entretanto, essas tentativas fracassam, o sonho revolucionário é esmagado. O capitalismo não estava agonizante, as forças da burguesia eram muito mais poderosas do que seus inimigos supunham.
            No entanto, antes dessas derrotas, desse apagar da chama revolucionária, as notícias de Outubro - os bolcheviques (e, supunha-se, o proletariado) no poder - já haviam chegado ao Brasil, e começavam a incendiar a imaginação dos militantes anarquistas e socialistas no ainda incipiente, mas combativo, movimento operário e sindical. No Rio de Janeiro, em São Paulo, em Santos (o “porto vermelho”) as folhas operárias, principalmente as ligadas aos anarquistas, publicavam notícias, artigos e editoriais comentando a Revolução Russa. Defendiam Lênin e exaltavam o caráter supostamente libertário da Revolução de Outubro, segunda etapa decisiva (a primeira fôra a Revolução Francesa) no processo de emancipação da humanidade de todo e qualquer autoritarismo. A chama revolucionária começa a se alastrar no hemisfério sul...
            Quem seriam esses militantes anarquistas e, ainda, como seria essa classe operária em processo de (auto-)formação no Brasil, na virada do século XIX para o século XX ?
            Cabe lembrar que o Brasil, à época, era ainda um país essencialmente agrário, um imenso “oceano rural” com algumas “ilhas urbanas” (Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife), a grande maioria da população vivendo no campo, e não nas cidades. Nestas, em algumas delas, ia lentamente se formando um proletariado urbano, nova classe no cenário histórico brasileiro. Nas fábricas (de tecidos, calçados, chapéus, cervejas) e também em outras atividades urbanas – no porto, nos bondes, em bares, hotéis e restaurantes, no comércio – trabalhavam, ombro a ombro, homens, mulheres e crianças, brancos, negros e mulatos, brasileiros e estrangeiros; dentre estes, basicamente portugueses, italianos e espanhóis.
            Enfrentavam duras e extensas jornadas de trabalho (em média 12, no limite 16 horas/dia, 6 dias por semana), muitas vezes em locais insalubres, recebendo salários ínfimos – mulheres e crianças, com salários ainda menores que o dos homens adultos. O trabalho infantil, resultante de um “triste pacto desigual entre adultos” (expressão do historiador Boris Fausto), e o trabalho feminino - a mulher já se tornando um “temível concorrente” ao homem – agravavam um quadro de superexploração. Neste mercado de trabalho já vai se configurando uma tendência a uma situação de desemprego crônico.
            É a partir deste cenário que os trabalhadores urbanos começam a se organizar, para lutar coletivamente por melhores condições de vida. Fundam não apenas associações profissionais, sindicatos e jornais operários, como também (aqui principalmente os anarquistas) grupos de teatro social, escolas “livres, modernas e racionais” e até mesmo uma efêmera Universidade Popular de Ensino Livre (Rio de Janeiro, 1904). Uma flâmula de uma associação operária, em que aparecem entrelaçadas uma mão branca e outra negra, simboliza fortemente a construção da coesão social, a formação de uma consciência de classe, a partir de origens e identidades nacionais, étnicas e culturais diversas. A classe operária começa a entrar em cena no Brasil.
            Três correntes político-ideológicas procuram organizar os trabalhadores urbanos no Brasil, entre 1890 e 1920: os “amarelos” ou “trabalhistas” (principalmente no Distrito Federal) não questionavam o capitalismo, lutando apenas por melhores condições de vida e trabalho para os operários. As duas outras correntes, socialistas reformistas (ou democráticos) e anarquistas (socialistas libertários), procuram articular a luta imediata por melhores condições de vida a uma crítica filosófica e política ao capitalismo e à tentativa de construção de um projeto alternativo: o socialismo. Divergem em relação às estratégias de luta, em relação aos meios para chegar ao mesmo fim. Os socialistas privilegiam o campo da política institucional, o voto, fundar partidos, participar do processo eleitoral e tentar obter conquistas graduais. Entretanto, o Estado brasileiro na Primeira República – oligárquico, excludente, manipulando sistematicamente o processo eleitoral em todas as suas etapas, do coronelismo local à verificação de poderes no plano federal – não abre espaço para que a estratégia gradualista dos socialistas tenha êxito.
            Assim, os vários Partidos Socialistas então fundados têm vida breve, e o socialismo reformista não chega a se constituir numa alternativa política que conquiste apoio significativo dos trabalhadores urbanos.
            Ao contrário dos socialistas reformistas, os anarquistas recusam a política institucional: não pretendem delegar poderes nem transferir responsabilidades. A militância é decorrente de uma opção de soberania individual, a luta operária transcende as fronteiras nacionais e “a emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores”. Situam a luta exclusivamente nos campos econômico e cultural-ideológico (daí a ênfase na criação de escolas e grupos de teatro, a tentativa de construir uma cultura alternativa à cultura burguesa dominante) e propõem a “ação direta”: greves, comícios, manifestações públicas, boicotes, atos de sabotagem. Acreditam, não sem uma certa dose de ingenuidade, que uma greve geral revolucionária terá força suficiente para derrubar o capitalismo e que a Revolução Social (Libertária) abrirá então caminho – sem ditaduras proletárias transitórias – para a construção da sociedade sem classes e sem Estado: socialismo e liberdade. Numa palavra, a Anarquia.
            O Estado brasileiro, na Velha República, além de excludente e manipulador, possui ainda duas outras características. Em relação à chamada “questão social”, a postura do Estado é marcada pela ortodoxia liberal: ele não se propõe a intervir de forma normativa no mercado de trabalho, ou seja, regulamentar as relações entre o capital e o trabalho, promulgar uma legislação trabalhista – patrões e operários que se entendam no “livre mercado” para estabelecer as condições de trabalho, isto é, salários, jornadas etc. Ora, isto é ótimo para os empresários e péssimo para os trabalhadores. Por outro lado, e complementarmente, nos momentos de conflito aberto entre as classes – greves, principalmente – o Estado não hesita em usar seu braço policial para reprimir duramente os trabalhadores: cargas de cavalaria, prisões, espancamentos, deportações arbitrárias.
            Em suma, aos olhos dos anarquistas, o Estado brasileiro de então encarna à perfeição sua visão teórica do Estado: ele é necessariamente “corrupto e corruptor” e ainda “a vera efígie da burguesia”. É a partir destas condições que a pregação anarquista pela greve geral, pela Revolução Social e o caráter internacionalista da luta por eles proposta acaba se tornando muito mais sedutora e encontrando muito mais apoio entre os trabalhadores urbanos, parte de uma classe operária também internacional, do que a proposta eleitoralista dos socialistas.
            Este é, em linhas gerais, o contexto histórico onde começam a chegar as notícias sobre a Revolução Russa e a se espalhar o clima acima referido de “euforia revolucionária”. A partir de 1914, a Primeira Guerra Mundial vinha prejudicando a economia brasileira, aumentando o desemprego, provocando recessão e carestia e agravando a penúria da classe operária. Em julho de 1917, antes, portanto da Revolução de Outubro, eclode em São Paulo aquela que seria a primeira greve geral parcialmente vitoriosa da história do Brasil. Esse movimento será fundamental para a auto-estima da classe operária, na luta pelo reconhecimento da legitimidade de seus sindicatos, ou seja, para sua formação enquanto classe. No mesmo mês, ocorre no Rio de Janeiro uma greve generalizada, também envolvendo dezenas de milhares de trabalhadores. A greve carioca, também decorrente de questões ligadas à carestia, é ao mesmo tempo uma greve em solidariedade aos companheiros paulistas. Ela terá como uma de suas principais conseqüências a formação de novos sindicatos e o aumento da representatividade daqueles já existentes. Em agosto de 1918, as notícias da Rússia já correndo nos meios sindicais e políticos, eclode a greve dos trabalhadores da Cantareira, das barcas que transportavam passageiros entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói. Durante a repressão policial, alguns soldados e cabos do Exército tomam o partido dos grevistas, sendo dois deles mortos por tiros da polícia. Este episódio alimenta entre os anarquistas expectativas ilusórias de uma aliança política entre conselhos de operários e de soldados, como na Rússia. Além dessas três greves, ao longo do ano de 1918 inúmeros movimentos paredistas ocorrem na capital federal – greves de tecelões, de sapateiros, de leiteiros, de trapicheiros, de carvoeiros, de metalúrgicos, de trabalhadores da construção civil – alguns parcialmente vitoriosos. Por vezes circulam boatos de que uma greve geral estaria sendo preparada.
            Em janeiro, fôra fundada a Aliança Anarquista do Rio de Janeiro e em março a União Geral dos Trabalhadores (UGT) do Rio de Janeiro, sucessora da FORJ (Federação Operária do Rio de Janeiro), fechada pela polícia em agosto de 1917. Crescem a organização e a mobilização operárias.
            É nesse ambiente que no Rio de Janeiro militantes anarquistas – dentre eles José Oiticica, Astrojildo Pereira, Agripino Nazaré, Manuel Campos, Ricardo Perpétua, Carlos Dias, Álvaro Palmeira, José Elias da Silva, João da Costa Pimenta – começam a conspirar, reunindo-se geralmente no escritório de Oiticica na Rua da Alfândega, visando reproduzir na capital federal da República brasileira a recente experiência russa: a Revolução Social pela via insurrecional. Se os bolcheviques tomaram o Palácio de Inverno, porque não poderiam os anarquistas tomar o Palácio do Catete ? Num artigo publicado no jornal anarquista Crônica Subversiva em 29 de junho, criticando a Guerra Mundial, Astrojildo Pereira já propunha “subir as escadas do Catete e pegar pela gola o patife que lá estiver a presidir e arremessá-lo das janelas do segundo andar (...)”. “Estratégias da ilusão”: esta expressão, usada por Paulo Sérgio Pinheiro na análise do levante comunista de 1935, pode também ser aplicada ao levante anarquista de 1918; neste momento, está começando a construção do paradigma inspirador da “ilusão revolucionária”.
            O plano era simples. A insurreição estaria articulada a uma greve operária, principalmente de trabalhadores têxteis e metalúrgicos. Nesse momento, a União dos Operários em Fábricas de Tecidos (UOFT), o sindicato têxtil, era dirigida por anarquistas, dentre eles Manuel Castro e Joaquim Moraes. Militantes conquistariam a adesão dos “irmãos de farda”, dos soldados do Exército. Anarquistas e operários grevistas armados, apoiados por militares, tomariam não só o Palácio do Catete, mas também uma delegacia de polícia (que chega a ser invadida) e a Intendência da Guerra (onde se apossariam dos armamentos) em São Cristóvão. A greve realmente foi deflagrada, envolvendo dezenas de milhares de trabalhadores, em sua maioria têxteis. Mas, ... e a insurreição? Mal preparado, o levante anarquista acabou por ser traído.  O escritor e jornalista Barbosa Lima Sobrinho já afirmou, com propriedade, que no Brasil, no fundo, só existem dois partidos: o de Tiradentes e o de Silvério dos Reis. Pois bem, havia um “Silvério dos Reis” infiltrado entre os conspiradores anarquistas. Era o tenente do Exército Jorge Elias Ajus, vizinho do militante Ricardo Perpétua, e que fora por este chamado a participar do movimento. Ajus ficou mesmo encarregado do planejamento militar da insurreição; entretanto, ele era informante do chefe de polícia do Distrito Federal, o Dr. Aurelino Leal, que diariamente recebia notícias dos planos dos anarquistas. Assim, não foi difícil para a polícia, na manhã de 18 de novembro, data marcada para a insurreição, prender suas principais lideranças.
            O movimento acabou se restringindo basicamente a um conflito no Campo de São Cristóvão entre operários precariamente armados e forças legalistas, com a rápida vitória destas. Tiros, bombas de dinamite, operários em fuga desabalada pelas ruas do bairro. Delação, prisões, a insurreição foi celeremente sufocada. A greve operária, com alguma autonomia, continuou por alguns dias, sendo depois também derrotada. O governo aproveitou a ocasião para desencadear violenta e mais sofisticada escalada repressiva, fechando sindicatos e jornais operários, prendendo e deportando lideranças anarquistas. Os líderes do movimento foram presos e enquadrados por crime de atentado. As autoridades e a maior parte da classe patronal começam a elaborar um discurso em que tentam “separar o joio do trigo”: O trigo – operários brasileiros, laboriosos, honrados e pacíficos e suas legítimas reivindicações. O joio – anarquistas estrangeiros, subversivos profissionais, masorqueiros apátridas, sem Deus, sem honra, sem família.
            Contudo, para além dos efeitos imediatos, realmente negativos para os trabalhadores, a Insurreição Anarquista em novembro de 1918 no Rio de Janeiro produziu, a médio prazo, efeitos positivos para a classe e o movimento operários. O movimento substituiu, por algum tempo, a gripe espanhola como principal notícia na primeira página dos órgãos da grande imprensa carioca. Com isso, e juntamente com as greves anteriormente comentadas de julho de 1917 e agosto de 1918, a Insurreição Anarquista contribuiu para tornar impossível a continuada manobra governista de “tapar o sol com a peneira” ao afirmar que no Brasil não existia a “questão social”, que aqui não havia motivos para greves, que os operários viviam bem e eram felizes etc. Lenta mas irreversivelmente, setores do aparelho de Estado (e também da classe patronal) começam a perceber a necessidade, e mesmo a urgência, de atender reivindicações operárias (“entregar os anéis” ...), de reconhecer a legitimidade dos sindicatos como entidades que vão encaminhar negociações coletivas. Apenas como exemplo, um discurso de Lauro Muller, Senador por Santa Catarina, aos seus pares, imediatamente após os acontecimentos de 18 de novembro: “(...) Senhores, somos legisladores, a função precípua do Senado é legislar, [e é necessário] entrarmos no trabalho das reformas de caráter social (...) o trabalho seja regulado por leis que lhe dêem garantias necessárias, garantias à sociedade, garantias aos patrões, garantias aos operários” (124a. Sessão do Senado Federal, em 20 de novembro de 1918).  Em 1926 é criada a Comissão de Legislação Social da Câmara dos Deputados, rompendo-se a ortodoxia liberal ainda vigente.
            Em suma, a Insurreição Anarquista de 1918 nos permite reafirmar enfaticamente que as leis sociais no Brasil não são absolutamente uma concessão magnânima de Getúlio Vargas aos trabalhadores, mas, ao contrário, fruto de uma longa e árdua luta operária.
Em 18 de novembro de 1918 - Durante a Insurreição Anarquista, denunciada e abortada, são presos, José Oitícia e Astrogildo Pereira.
Brasão da Letônia


Em 18 de novembro de 1918 - Independência da Letônia

Ênio Silveira
Em 18 de novembro de 1925 - Nasceu o sociólogo brasileiro  Ênio Silveira editor da Revista Civilização Brasileira.
Em 18 de novembro de 1931 - nasce Toni Morrison, escritora, editora e professora estadunidense, Premio Nobel de Literatura 1993 por seus romances, que relata a exposição das mulheres afros
Em 19 de novembro de 1936 nasce o trompetista estadunidense Don Cherry
Em 18 de novembro de 1972 - A Frente de Libertação de Moçambique - Frelimo com 8.000 guerrilheiro deu início a uma larga ofensiva nas províncias de Tete, Niassa e Cabo Delgado. Com isto Portugal estabeleceu uma represália violenta tentando enfraquecer da população à Frelimo.
Marcha Verde


Em 18 de novembro de 1975 - Em Marrocos surgiu a Marcha Verde, protesto generalizado organizado no País para forçar a Espanha a entregar o território da Saara Espanhola.
Mona Zaqui



Em 18 de novembro de 1976 - Nasceu a atriz egípcia Mona Zaki

Em 18 de novembro de 1977 - nasce o rapper Fabolous, estadunidense

Em 18 de novembro de 1981 nasce Christina Abbi Vidal, atriz estadunidense
Em 18 de novembro de 983 - nasce Anetta Keys atris estado unidense
Em 18 de novembro de 1985 nasce a atleta Allyson Felix, estado unidense.

EXPOSIÇÃO 
Carlos da Fonseca reúne fotos e cartas de descendentes de escravos alforriados em Brasília 

Cartas D'África conta história pós-Lei ÁureaANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA 

Na era do e-mail, cartas trocadas entre dois continentes podem contar parte da história brasileira pós-Lei Áurea. A exposição Cartas D'África, do historiador, fotógrafo e diplomata brasileiro Carlos da Fonseca, 40, que abre hoje ao público, em Brasília, mostra fotos e cartas de descendentes dos escravos alforriados brasileiros que retornaram à África. São famílias que, apesar de viverem em Benin, no Togo, em Gana ou na Nigéria, ainda carregam sobrenomes como Rocha, Martins, Cruz ou Monteiro.
A exposição revela as duas pontas de uma história comum. É o caso de Maria Angélica da Rocha, 64, em Lagos (Nigéria), que leva a foto da prima distante Maria Augusta, de Salvador, na Bahia. No instantâneo seguinte, Maria Augusta mostra a foto de Maria Angélica. Ao lado das duas fotos, a história do provável parente comum: Francisco Félix de Souza, mulato baiano que voltou ao Benin por volta de 1800.
Outra parte da exposição mostra descendentes na África que procuram seus familiares no Brasil. As fotos mostram suas cartas e a esperança de reencontrá-los. Segundo Fonseca, os visitantes serão estimulados a escrever cartas aos irmãos -de sangue ou não- nos países africanos.
As estimativas são de que menos de 10 mil escravos libertos retornaram à África no decorrer do século 19. Os principais motivos foram a estagnação econômica, medo de represálias ou de serem reescravisados.
O interesse de historiador pelo destino dos alforriados que voltaram para a África, as habilidades de fotógrafo e o gosto de diplomata em unir o Brasil a outros países levaram Fonseca a produzir um material visual rico e inédito sobre os laços entre Brasil e África.
Fonseca iniciou o trabalho em 2000, com o objetivo de reviver a trajetória dos "retornados". Desde lá, já entrevistou 50 famílias. Fonseca sabia que existiam na África elementos da cultura aprendida no Brasil. Mesmo assim, foi surpreendido com os vínculos culturais ainda existentes.
A influência de ex-escravos pedreiros e carpinteiros influenciou a arquitetura, com a construção de bairros brasileiros que resistem até hoje. Em Gana, há a chamada comunidade Tabom - nome que deve ter vindo da expressão "tá bom". Em Benin, a festa de Nosso Senhor do Bonfim é comemorada no terceiro domingo de janeiro com missa e variações do "Bumba meu Boi".
Cartas D'África faz parte da terceira edição da Jornada África-Brasil, que segue até 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. A abertura oficial da jornada será hoje, às 11h, na Câmara dos Deputados.
Entre as principais atrações deste ano estão a exposição "Deslocamentos", da artista Marie Ange Bordas, sobre um trabalho de três anos com refugiados africanos vivendo na África do Sul, Quênia e França. A exposição multimídia, com fotos, vídeos e trilhas sonoras, abre hoje e segue até 18 de novembro na galeria Athos Bulcão do Teatro Nacional.
O fotógrafo Januário Garcia apresenta, a partir de quarta-feira, no Conjunto Cultural da Caixa, a exposição Netos e Bisnetos de Escravos, com 50 fotos que mostram o cotidiano dos negros no Brasil.
A jornada terá ainda exposições dos fotógrafos moçambicanos, filmes do diretor senegalês Ousmane Sembene, shows e oficinas.



EXPOSIÇÃO CARTAS D" ÁFRICA. de Carlos da Fonseca. Quando: até 19/11, das 9h às 18h. Onde: Anexo 2 da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Em 18 de novembro de 2004 - Exposição do históriador Carlos da Fonseca. Hoje já (falecido)

Em 18 de novembro de 2010 - Faleceu Espedito Rocha, artista plástico, presidente do sindicato dos Trabalhadores Químicos de Curitiba e dirigente comunista do Partido Comunista Brasileiro - PCB

Em 18 de novembro de 2011 - Fundação da Comissão Nacional da Verdade que investiga as violações de Direitos Humanos ocorridas de 1946 a 1988 no Brasil por agentes do Estado.
Em 18 de novembro de 2015 - Uma explosão mata 30 pessoas e fere 80 em Yalo nordeste nigeriano área dominada pelo Boko Haran. Essa explosão soma-se a outra no dia anterior detonada por uma garotinha de 11 anos que num ataque suicida mataram 15 pessoas e feriram 53 pessoas em Kano centro urbano no Norte da Nigéria.

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