Racismo agrava risco da População negra associado ao HIV. - conforme a ONU
Racismo agrava riscos da população negra associados ao HIV, alerta programa da ONU
No Brasil, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) alertou na segunda-feira (20), Dia Nacional da Consciência Negra, que a epidemia de HIV ainda afeta desproporcionalmente a população afrodescendente. Segundo dados do do Boletim Epidemiológico de 2016 do Ministério da Saúde, entre os casos de infecção por HIV registrados de 2007 a 2015, 44% são entre brancos e 54,8% são entre pretos e pardos. A diferença é maior entre mulheres: 39,2% dos casos são entre brancas e 59,6% entre pretas e pardas.
No Brasil, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) alertou na segunda-feira (20), Dia Nacional da Consciência Negra, que a epidemia de HIV ainda afeta desproporcionalmente a população afrodescendente. Segundo dados do do Boletim Epidemiológico de 2016 do Ministério da Saúde, entre os casos de infecção por HIV registrados de 2007 a 2015, 44% são entre brancos e 54,8% são entre pretos e pardos. A diferença é maior entre mulheres: 39,2% dos casos são entre brancas e 59,6% entre pretas e pardas.
Para a agência da ONU, os números são um reflexo, no campo da saúde, da marginalização que as pessoas negras enfrentam no país. “O exercício do direito à saúde depende de inúmeros fatores sociais e, no caso da população negra, ele esbarra nas barreiras impostas pelo racismo, pelo preconceito e pela discriminação. Nosso papel é conscientizar a sociedade sobre esses problemas e unir esforços para eliminá-los”, defende a representante do UNAIDS no Brasil, Georgiana Braga-Orillard.
Estatísticas da cidade de São Paulo, de 2015, apontam que a taxa de detecção de casos de AIDS entre negros foi 1,5 vez maior que entre brancos. Quando comparados os dados sobre mulheres, a diferença é ainda maior: a taxa de identificação entre mulheres pretas foi 3,1 vezes maior do que entre mulheres brancas.
Em relação aos casos de AIDS — quando a síndrome da imunodeficiência adquirida se instala no organismo pela falta ou falha no tratamento antirretroviral contra o HIV —, apesar da estabilidade nas taxas de detecção por 100 mil habitantes na última década, houve, nos últimos anos, um aumento na proporção de casos entre indivíduos autodeclarados pardos e uma queda entre brancos.
Quando avaliada a mortalidade por causas relacionadas à AIDS, o UNAIDS aponta que, em 2015, a maior proporção dos falecimentos ocorreu entre pardos (44,2%), seguidos por brancos (41,4%) e pretos (14%), o que significa que a população negra representou um total de 58,2% desses óbitos. Na cidade de São Paulo, também em 2015, enquanto a taxa de mortalidade por causas relacionadas à AIDS entre brancos foi de 5,4 (por 100 mil habitantes), entre pretos foi de 10,9 (por 10 mil habitantes).
A agência da ONU reiterou seu compromisso com políticas de zero discriminação nas instituições de saúde, onde o preconceito tem, muitas vezes, por alvo, os mesmos segmentos já excluídos no restante da sociedade, como a população negra e as pessoas vivendo com HIV. A discriminação nesses espaços afasta as pessoas dos serviços de atendimento, aumentando as chances de abandono de tratamentos que exigem continuidade, como a terapia antirretroviral, ou dificultando o acesso a procedimentos importantes, como o diagnóstico.
Para o UNAIDS, todos devem ter garantido o direito a uma vida com dignidade, sem importar a origem, orientação sexual, identidade de gênero, raça, cor ou etnia.
Georgiana também chamou atenção para os altos índices de violência enfrentados pela juventude afrodescendente do Brasil. Atualmente, cinco jovens negros morrem a cada duas horas no país. Por ano, o número chega a 23 mil.
“Juntamente com outros organismos do Sistema ONU no Brasil, e tendo como marco o compromisso com a implementação da Década Internacional de Afrodescendentes, o UNAIDS tem trabalhado mais recentemente na promoção da campanha Vidas Negras, lançada no início de novembro, justamente para que consigamos sensibilizar e mobilizar o maior número possível de pessoas pelo fim das mortes de jovens negros, pelo direito deles a uma vida digna, produtiva e saudável”, explicou a dirigente.
O ator Mateus Solano, embaixador de boa vontade do UNAIDS no Brasil, é uma das personalidades que apoiam a iniciativa. Durante uma sessão de filmagens realizada neste mês no Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), no Rio de Janeiro, o artista fez questão de demonstrar seu engajamento com a campanha Vidas Negras.
Saiba mais sobre a iniciativa clicando aqui.
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