Crônica - Verdades - Manoel Messias Pereira
Verdades
Em
nossas vidas buscamos encontrar e conectar com muitas verdades, com
muitas crenças, com toda a seriedade. E essas verdades apresentam-se as
vezes de forma poética, outras vezes de formas religiosas e quando não
de maneira científica. Todas essas verdades tem o seu valor e nos ajudam
a viver melhor, diante de nosso próximo, do respeito ao nosso mundo. E
são elas que nos movem social, cultural e espiritualmente.
A
verdade poética, encontro na arte, no processo de criatividade, na
ideia de que a postura em relação ao pássaro nas arvores, é realmente um
fruto da própria arte, é um pleno surrealismo que parte do conceito de
beleza, da ternura da noite do brilho das estrelas como flores
encantadas que brilham como luzes de olhares. Nada disto é científico,
mas é a plena verdade que nasce da alma, do olhar apaixonado, da leitura
da esperança a procura do sonho da plena felicidade. E para muitos
parece um traço abstrato sobre o processo de nossas realidades, porém é
tudo muito concreto. Pois nós artistas acreditamos e muito nesta
verdade.
Já
a verdade científica nasce do processo experimental, do laboratório,
tem no seu contexto a busca da razão e com ela um objeto de estudo, os
métodos, e o objetivo a ser alcançados. Essa verdade é responsável, pela
construção do processo revolucionário, que tens na economia, na
política, sistemas e utilizam de processos como superestruturas
ideológicas, para manipular todas as infraestruturas e trazer uma
respostas aos anseios sociais, materiais de todos os seres humanos.
Essas infraestruturas as vezes apresenta-se de forma física, como a
terra, no seu solo e no seu subsolo, na água, nos seus muitos estados ou
seja sólidos, líquidos e gasosos, ainda temos o ar. Já na parte
biológica, temos as plantas, os animais, os vermes, os vírus, as
bactérias, os fungos enfim tudo aquilo que tens vida e que manipulamos
em nossos processos de existência. E assim somos criadores,
construtores, autores de nossas comédias e tragédias humanas.
A
verdade religiosa nasce da busca de todas as criaturas humanas de
encontrar o seu Criador. E essa busca de princípio nasce do medo, na
busca da explicação, e encontra tudo no processo religioso. Enquanto que
muitas religiões acreditavam em vários Deuses, os hebraicos passaram
trazer-nos a ideia deste Deus único, espiritual, aquele alguém dentro de
vários "alguéns" nós. Na verdade na sua íntima essência, além dos
limites concebíveis. Tentar defini-lo e, então querer encerrar o
infinito no finito, o que não é possível fazer sem de alguma forma
mutilá-lo. Por outro lado, se ele é um princípio que no momento exorbita
nossos limites conceituais. Para estar, esperar e para revelar-se,
espera apenas a nossa maturação. E as religiões cristãs dizem que ele é
eterno, porque se tivesse um começo, teria saído do nada ou, então teria
sido criado por um ser anterior e este sim seria Deus. mas ele como
único, porque se há outros deuses iguais a ele, não poderia ser deus.
Deus assim é tudo, porque não poderia ser a parte. E assim ele é o
abstrato, o físico concebível que nós estejamos nele, da mesma forma que
ele está em nós. E assim vemos a famosa frase atribuída a Jesus Cristo,
que informa "Eu sou o caminho a verdade e a vida".
Quando
lemos o Contrato social de Jean Jacques Rousseau, logo no capitulo I
ele disse "O homem nasceu livre, e não obstante, está acorrentado em
toda parte. Julga-se senhor dos demais seres sem deixar de ser tão
escravo como eles.. como se tem realizado esta mutação? Ignoro-o. que
pode legitimá-la? Creio poder responder esta questão." Quando um povo é
obrigado a obedecer obedece, faz bem, assim como quando pode sacudir seu
jugo, e o sacode, age ainda melhor, porque recobra a sua liberdade em
virtude do mesmo direito que o oprime, ou tem-no para recuperá-lo, ou
não existia para tirar-lha. Porém a ordem social é um direito sagrado
que serve de base de todas as outra. Não obstante este direito não
provém da Natureza. Funda-se em convenções estabelecendo solidamente.
No
livro de Wilhelm Reich, "O assassinato de Cristo", ele no seu Capitulo I
reporta-se as frases de Rousseau, e disse a seguinte questão "Há muito
tempo, alguma coisa acontece no interior da sociedade humana que tornou
impotente qualquer tentativa que vise esclarecer este grande enigma,
bem conhecido de todos os grandes líderes da humanidade aos longo dos
milênios, ou seja os homens nascem livres mas é como escravos que ele
passa sua vida." Mas Reich tenta responder com a seguinte anotação, "Os
homens são iguais ao nascer, mas não crescem iguais, os homens
elaboraram grandes doutrinas mas cada uma delas foi o instrumento de sua
escravidão." E continua dizendo o "homem é filho de Deus, criado à sua
imagem; mas o homem é um pecador, exposto ao ataque do Demônio. Mas
como pode haver Demônio e Pecado se Deus é o único criador dos seres?". E
assim fica outras perguntas sem respostas como haver o mal, se um Deus
perfeito criou e governa o mundo e os homens? A humanidade tem sido
incapaz de estabelecer uma vida moral que esteja de acordo com o seu
criador.
E
o próprio Reich diz que é inútil filosofar sobre o sentido da vida, se
ignorarmos o que é a vida. E, como "Deus é Vida", o que todo homem sabe,
de nada serve procurar servir a Deus, já que ignoramos a quem servimos.
E parece que essa visão dele está muito atual, quando observamos
pessoas fugindo da guerra, e de um conflito de fogo, em que crianças
saem desesperadas a procura de um amparo. são estupradas, são
seviciadas, são mortas afogadas nos mares da vida. desculpem filhos e
servidores Deus mas todos estão muito hábeis em dizer amem, amem. E
desgraçar o seu próximo sem nenhuma misericórdia. É diante disto, o
livro Fernando Sampaio "A história do Demônio" quando ele escreve sobre
os filhos de Deus "Todos se lembram daquela famosa passagem da Bíblia
onde se fala da união dos filhos de Deus com as filhas dos homens". E e
nessa passagem que lembra do escritor suiço Erich Von Daniken, no seu
livro eram os Deuses astronautas? de quando falam da reminiscência de um
astronautas ao nosso planeta e faz uma analogia como raiz da ideia da
revolta dos anjos e a criação de Lúcifer e a fonte desta tradição é o
livro de Enoque exatamente no Gênesis 6 tratando da corrupção dos
homens.
Eu quando estava na faculdade, um professor de Filosofia, me dizia que
Pilatos fez uma pergunta a Cristo, dizendo, quem era ele Jesus, mas não
obteve resposta pois Pilatos virou e Jesus não teve a possibilidade de
explicar que ele era a Verdade o Caminho e a vida." E essa passagem é a
mesma que vi no livro de André Frossard "Deus em Questão" na qual ele
afirma que no Evangelho é que Cristo ao comparecer diante de Pilatos,
com que interrogando-se a si mesmo murmurou: Que é a verdade? saindo em
seguida. Porém atento a historiografia, vou perceber que essas verdades
científicas e religiosas apartar-se na medida que colhemos informações
daqui e dali. No livro de Ambrógio Donini, "História do Cristianismo",
vamos deparar na pagina 70 com a seguinte questão "Jesus no tempo de
Herodes, (II,I), deve -se recuar pelo menos cinco ou seis anos, pois
Herodes o Grande morreu em 4 a.C este é o único dado seguro. É inútil
esforçarmo-nos por sair desta embrulhada" E a questão que a religião
trata-se tudo com a fé, com a crença.
A
verdade científica, cruza-se com a verdade religiosa, num encontro
entre teo-cêntrismo e o antropocentrismo e disto relembro Galileu
Galilei, quando ele trabalha à esferidade da terra, quando ele fala que o
segredo eucarístico tinha problema como ciência, pois ele como um
estudioso do atomismo jamais admitiu que o átomo do vinho seja o mesmo
átomo do sangue, assim como do pão e do corpo de Cristo. Assim ´podemos
crer que a Bíblia é um livro inspirado, portanto a nele a verdade
poética e a poesia pode acrescentar a sua veracidade, sem diminuí-la em
nada. E Segundo Frossard devemos lembrar que a palavra poema deriva do
grego que significa fazer, para compreender que a poesia é exatamente a
linguagem que convém a Criação inteira e torna ela um imenso poema
inacabado e é a forma mais correta de descrever a obra de Deus. Dai
também passo a entender as minaretes e os versos de Allah tocando o ar e
deixando refletir o paraíso, neste mundo de seres pecadores em caminhos
em busca de uma Luz, a divina com certeza. E assim há um encontro de
verdades.
Em nossas vidas buscamos encontrar e conectar com muitas verdades,
com muitas crenças, com toda a seriedade. E essas verdades apresentam-se
as vezes de forma poética, outras vezes de formas religiosas e quando
não de maneira científica. Todas essas verdades tem o seu valor e nos
ajudam a viver melhor, diante de nosso próximo, do respeito ao nosso
mundo. E são elas que nos movem social, cultural e espiritualmente.
Manoel Messias Pereira
cronista
membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
membro da Associação Rio-pretense de Escritores - ARPE
São José do Rio Preto -SP. Brasil
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